O Governo do Paraná anunciou novas ações para apoiar empresas afetadas pelas tarifas adicionais de importação impostas pelos Estados Unidos desde o início de agosto. A Secretaria da Fazenda (Sefa) se reuniu com representantes de setores atingidos, em especial o madeireiro, para discutir alternativas que amenizem os prejuízos.
Entre as medidas apresentadas está a criação de um comitê de crise e a possibilidade de o Estado adquirir créditos de ICMS como forma de dar maior liquidez às empresas.
De acordo com o secretário da Fazenda, Norberto Ortigara, um projeto de lei será encaminhado à Assembleia Legislativa para autorizar a compra desses créditos já homologados no Siscred. O plano prevê até R$ 150 milhões em operações, que servirão para reforçar o capital de giro do setor produtivo.
Segundo Ortigara, a iniciativa complementa ações já adotadas em agosto, quando os Estados Unidos anunciaram o aumento das tarifas. “Naquele momento, viabilizamos a negociação de créditos tributários no mercado. Agora, avaliamos a possibilidade de o próprio Estado comprar esses créditos, com deságio, para ampliar o apoio às empresas”, afirmou.
O secretário destacou ainda que outras medidas estão em estudo, como reduções temporárias na carga tributária. “Nosso objetivo é preservar empregos e garantir a vitalidade da economia paranaense”, completou.
Durante a reunião, também foi definida a criação de um comitê de crise para agilizar respostas do poder público e fortalecer o diálogo com o setor produtivo.
Uma das primeiras mudanças será na análise de pedidos de liberação de créditos tributários. A Receita Estadual terá um grupo exclusivo de auditores fiscais dedicado a esse processo, o que deve tornar a tramitação mais rápida. “Cada dia de espera pode significar empregos perdidos, por isso vamos acelerar os procedimentos”, explicou a diretora da Receita, Suzane Gambetta.
O encontro contou com a presença de representantes do setor madeireiro, além de lideranças como Claudio Stabile (presidente da Fomento Paraná), Edson Vasconcelos (presidente da Fiep), os deputados Luiz Fernando Guerra e Pedro Lupion, e Paulo Starke, superintendente do BRDE.